Coronavírus

“Me emocionei ao ver os comerciantes baixando as portas”, afirma diretor da Vigilância Sanitária em Niquelândia

Respaldado pelo decreto da prefeitura, pelo apelo da Associação Comercial e apoio da PM, Hélio Luiz Gomes foi o executor da operação de fechamento das lojas da cidade que ainda estavam de portas abertas, nesta sexta-feira/19, mesmo diante da ameaça do Covid-19: momento difícil em tempos de pandemia global

Com apoio da Polícia Militar (PM) e utilização de um carro-de-som na tarde desta sexta-feira (20), a Vigilância Sanitária da Prefeitura de Niquelândia conseguiu fazer valer o cumprimento do Decreto Municipal 91/2020 ao fechamento de todos os estabelecimentos comerciais com atividades não-essenciais, por 15 dias, para evitar a disseminação do novo coronavírus na cidade do Norte do Estado.

A decisão pela elaboração do novo decreto se deu em reunião na manhã de hoje na sede da PM local.

Na oportunidade, representantes do Ministério Público (MP); do Poder Executivo; da Secretaria Municipal de Saúde e da Associação Comercial e Industrial de Niquelândia (Acin) deliberaram pelo enfrentamento à doença em nível local, com base no teor da Situação de Emergência em Saúde Pública no Estado de Goiás oficializada há exatamente uma semana pelo governador Ronaldo Caiado (DEM).

Segundo o diretor da Vigilância Sanitária Municipal, Hélio Luiz Gomes, a fiscalização inicial feita na quinta-feira (19) – no feriado municipal, apenas com base na determinação estadual – culminou com o fechamento compulsório de 38 estabelecimentos, que foram notificados sobre essa necessidade para prevenir o avanço da doença.

À tarde, por volta das 15 horas, o Excelência Notícias fez rápida inspeção na Avenida Brasil; e contabilizou a presença de pelo menos 20 estabelecimentos ainda abertos em um longo trecho dessa via, entre as ruas Sete de Setembro e Antonio de Souza Bastos.

De acordo com Hélio, com a retaguarda da PM e de um carro de som, com a mensagem da prefeitura sobre a necessidade do fechamento – a Vigilância Sanitária conseguiu executar seu trabalho a contento.

COMERCIANTES COMPREENDERAM – “Graças a Deus, foi tudo muito tranquilo. Os comerciantes de Niquelândia são pessoas muito bacanas e entenderam o trabalho que estávamos fazendo, com o apoio da PM, nas orientações sobre o decreto e sobre a doença em si. Agora, essa foi uma situação constrangedora demais para mim. Me emocionei ao ver os comerciantes baixando as portas. É muito triste isso que está acontecendo”, afirmou, ao Excelência Notícias, por volta das 19h30 de hoje.

Hélio disse que, em algumas situações bastante específicas – como o término de um serviço de solda num estabelecimento da Getúlio Vargas – o proprietário fechou o local e concluiu o trabalho, internamente.

“Se nós [a fiscalização] voltarmos amanhã e encontrarmos esses mesmos comércios abertos, faremos uma notificação; e a PM pode prender esse comerciante em caso de desrespeito aos decretos estadual e municipal pois estamos numa situação de risco iminente de contágio pelo coronavírus. Também poderemos [a prefeitura] fazer a aplicação de multas”, explicou o diretor da Vigilância Sanitária

Os efeitos do decreto municipal começaram a ser sentidos no comércio por volta das 13 horas, após divulgação do decreto municipal assinado pelo prefeito de Niquelândia; e de um comunicado específico aos lojistas que foi assinado pelo presidente da Acin, Ronaldo Fernandes da Silva.

ABRANGÊNCIA – O Decreto nº 9.637 assinado por na terça-feira (17) pelo governador – agora referendado pelo prefeito da cidade – está fundamentado na Norma Técnica 003/2020 da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO, divulgada na terça-feira/17).

Através dela, o secretário Ismael Alexandrino determinou que, partir da quinta-feira (19) – data em foi feriado municipal pelo 285º aniversário de Niquelândia – a interrupção de estabelecimentos comerciais que envolvam a aglomeração de pessoas.

No âmbito local, todas as lojas instaladas nas avenidas Brasil e Getúlio Vargas, demais avenidas e suas transversais [polos comerciais de rua, considerados atrativos de compras] na região central e nos bairros [Jardim Atlântico, por exemplo], dos segmentos de bares; restaurantes; lojas de conveniência; e

Das atividades existentes na cidade, a lista inclui ainda clubes; academias de ginástica; bares; boates; e clínicas de estética.

O decreto suspende, igualmente, atividades de saúde bucal/odontológica do setor público e privado [exceto atendimento de urgência e emergência]; excursões [com finalidade turística ou não]; reuniões e eventos religiosos/associativos; campeonatos esportivos de qualquer natureza [oficiais ou não-oficiais]; e a realização de entrevistas coletivas.

O QUE CONTINUA FUNCIONANDO – Em Niquelândia, o Decreto 91/2020 garante o funcionamento [somente interno, sem atendimento presencial ao público] de atividades comerciais que possuem ou possam ser provisoriamente adaptadas aos serviços de entrega a domicílio (delivery) neste período voltado à contenção da Covid-19.

Estão igualmente permitidos, ainda, o atendimento em estabelecimentos médicos-hospitalares; em laboratórios de análises clínicas; em farmácias; clínicas psicológicas; de fisioterapia; e de vacinação.

Seguem mantidas as atividades de distribuidoras/revendedoras de gás e água mineral; os postos de combustíveis; todos os supermercados; e similares [como mercadinhos e pequenas mercearias].

Bares e restaurantes que funcionam em hotéis devem realizar atendimento exclusivo dos hóspedes, porém com suas mesas a uma distância mínima de dois metros entre elas.

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