Niquelândia

CASO NILTINHO: Principal suspeito de matar contador, rapaz de 19 anos é preso no ES pela Polícia Civil de Niquelândia

Willik Muriel Teixeira Dutra foi capturado na noite de ontem no Aeroporto de Vitória, capital do Espírito Santo, após 20 dias de investigações conduzidas pelo delegado Cássio Arantes do Nascimento: criminoso que matou Nilton de Paula Ferreira chegou ao município por volta das 16h30 deste sábado/11

Willik Muriel Teixeira Dutra – de apenas 19 anos, principal suspeito pelo assassinato do contador Nilton de Paula Ferreira – foi preso por volta das 22 horas da sexta-feira/10 por três agentes da Polícia Civil de Niquelândia no Aeroporto de Goiabeiras em Vitória/ES, a 1.500 km da cidade do Norte do Estado.

A complexa operação de transferência do preso, realizada durante toda a madrugada deste sábado/11, terminou por volta das 16h30 quando Willik Muriel passou por exame de corpo de delito no Hospital Municipal Santa Efigênia, antes de ser formalmente interrogado pelo delegado-titular do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Niquelândia, Cássio Arantes do Nascimento.

OS PERTENCES DE NILTINHO – Na mochila de Willik Muriel, PC de Niquelândia encontrou um relógio, três correntes e três anéis de ouro subtraídos da casa da vítima no dia do crime [Foto: Divulgação/PC]

HISTÓRICO – Niltinho, como era conhecido o contador, tinha 41 anos. Ele foi encontrado morto em sua casa no Bairro Soares por volta das 12h30 do último dia 21 de maio, com o rosto parcialmente queimado e despido da cintura para baixo.

Cerca de três horas antes, às 9h30 daquele fatídico dia, o carro do contador – um Fox branco, ano 2014 – foi encontrado totalmente queimado na saída de Niquelândia para o Povoado Muquém, numa área de mata no início da rodovia GO-237/Rodovia da Fé.

Ainda no mesmo dia, a PC encontrou o telefone celular de Niltinho em poder de uma criança no Jardim Atlântico, depois que parentes e amigos tentaram ligar para o contador

Carro de Niltinho foi encontrado queimado no dia do crime, em Niquelândia [Foto: Reprodução/Redes Sociais]
O menor, que não possuía qualquer relação com o crime, teve sua curiosidade despertada pelo alarme do smartphone do contador, que foi dispensado pelo criminoso no estreito caminho de um terreno usado como passagem pelos moradores do bairro.

Posteriormente, o laudo da Polícia Técnico-Científica de Uruaçu apontou que o contador havia sido morto por estrangulamento com um cinto que seria da própria vítima.

Niltinho foi enterrado na manhã do domingo, 22 de maio, no Cemitério Municipal São José, sob um misto de revolta e comoção de familiares e amigos mais próximos.

Dada a violência do crime, o velório transcorreu com o caixão fechado, naquele dia.

Polícia Militar (PM) de Niquelândia defronte à casa do contador assassinado em Niquelândia, no último dia 21 de maio [Foto: Arquivo/Excelência Notícias]

A INVESTIGAÇÃO – Por volta das 15 horas de hoje, quando ainda aguardava o retorno de seus subordinados ao município, a autoridade policial concedeu uma entrevista exclusiva ao Portal Excelência Notícias em seu gabinete na sede do GIH, no Jardim Atlântico, para detalhar as investigações sobre o rumoroso caso.

A autoridade policial informou que, desde o início do trabalho de busca de elementos de prova para solucionar o caso, tinha praticamente 100% de certeza de que o assassino de Niltinho seria algum indivíduo que ele já conhecesse previamente; com quem teria algum tipo de relação homoafetiva; e que tinha estado com ele na noite anterior ao crime, do final da noite da sexta (20/05) até a madrugada do sábado (21/05).

REDES SOCIAIS DE NILTINHO TIVERAM SIGILO QUEBRADO – “Chegamos às possibilidades da existência de um suspeito a partir da análise de fotografias que angariamos no celular da vítima. A partir disso, pedimos autorização judicial para acesso formal às redes sociais do contador – e também das pessoas que mantiveram contato anterior com a vítima naquele período – junto ao Facebook e Instagram, que nos forneceram alguns dados de interesse às investigações”, atestou o delegado.

Corpo do contador de 41 anos foi sepultado sob clima de comoção e revolta no dia 22 de maio em Niquelândia [Foto: Excelência Notícias]
Além disso, Cássio Arantes afirmou que as apurações da PC constataram que o veículo de Niltinho passou pela Avenida Brasil por volta das 3h54 da madrugada do dia do crime – através de imagens captadas por câmeras de segurança de um posto de combustíveis – que foram requisitadas formalmente pelo delegado.

Willik Muriel passou por exame de corpo de delito no Hospital Municipal de Niquelândia, aos gritos de “assassino, assassino” em momento de revolta das pessoas que foram à porta do local [Foto: Divulgação/PC]
WILLIK ESTAVA NA CIDADE NO DIA DO ENTERRO DO CONTADOR – “A partir disso, também identificamos que esse indivíduo (Willik Muriel) permaneceu em Niquelândia após o crime por cerca de três dias, até a madrugada da terça-feira, 24 de maio. Depois, ele (o autor) teria ido para Anápolis, onde possivelmente ficou mais dois dias; e que teria se evadindo na sequência para o Espirito Santo. Havia algumas informações de que o Willik teria parentes por lá, mas até então é um pouco prematuro afirmarmos isso”, relatou a autoridade policial.

Na sequência da entrevista, Cássio Arantes disse que o cruzamento de pistas e indícios adicionais obtidos pela PC sobre o paradeiro de Willik deram-lhe a certeza, na última quarta-feira/8, de que autor do homicídio contra o contador estava realmente escondido em território capixaba.

Anteriormente a isso, a Polícia Civil já havia conseguido que o Poder Judiciário de Niquelândia expedisse mandado de prisão contra o assassino; e os policiais do GIH viajaram de Niquelândia até o município de Anchieta/ES, distante 80 quilômetros de Vitória.

Willik Muriel foi preso na capital do Espírito Santo por policiais do GIH de Niquelândia, que viajaram 1.500 quilômetros no encalço do assassino [Foto: Divulgação/PC]
Por dois dias, os três policiais civis de Niquelândia visitaram possíveis locais onde Willik pudesse estar escondido na cidade do ES, que possui cerca de 30 mil habitantes.

Nessa checagem naquele município, segundo o delegado Cássio Arantes, o GIH obteve a informação de que Willik estaria em trânsito pela rodovia BR-101, deslocando-se de Anchieta e passando por Viana, também no ES, na direção a Vitória.

Apesar da suposição – muito bem acertada – de que Willik estaria se dirigindo ao Aeroporto de Goiabeiras, onde acabou ocorrendo a prisão – a PC de Niquelândia apurou que o assassino de Nilton de Paula não estava com passagem aérea comprada em nenhuma empresa de aviação que opera no terminal tanto para voos que decolariam ontem como para o primeiro voo que decolaria de Vitória, às 5 horas da manhã deste sábado.

O MOMENTO DA PRISÃO – Willik Muriel, de camisa cinza e de cabeça baixa, no exato momento de sua detenção no Aeroporto de Vitória, no Espírito Santo [Foto: Divulgação/PC Niquelândia]
CRIMINOSO USAVA RG DE OUTRA PESSOA – “Nossos policiais fizeram mais algumas diligências e, com isso, acabaram identificando o momento exato em que o Willik chegaria ao aeroporto. Assim que ele adentrou ao local, os investigadores o identificaram e fizeram a prisão dele, ali mesmo. Foi nesse momento que identificamos o porquê de não haver registro com o nome dele em voos anteriores. Ele próprio nos informou que estava usando um documento de uma terceira pessoa, porém verdadeiro, para fazer esses embarques. A princípio, ele saiu de Goiânia para Vitória num avião, também”, relatou o delegado Cássio Arantes.

De acordo com a autoridade policial, todos os indícios confirmatórios apontam realmente que Willik Muriel Teixeira Dutra, a princípio, foi o único executor do bárbaro assassinato do contador Nilton de Paula Ferreira.

Ainda hoje, inclusive – antes da chegada do criminoso ao município – a PC apreendeu parte da roupa [uma blusa de moleton, cinza] que Willik Muriel usava no dia do crime contra Niltinho, a partir de um mandado de busca e apreensão expedido pelo Poder Judiciário.

A SEQUÊNCIA DAS APURAÇÕES – “Agora, os demais detalhes e minúcias do caso – se houve a participação de alguma outra pessoa; a existência ou não de um suposto mandante; ou as possíveis motivações do assassinato – nós somente iremos conseguir apurar a partir de agora, com a prisão e o interrogatório dele; bem como outros elementos informativos; que irão instruir e orientar a sequência do inquérito policial”, afirmou o delegado Cássio Arantes do Nascimento.

Nilton de Paula Ferreira, mais conhecido como Niltinho, foi assassinado por Willik Muriel no último dia 21 de maio, em sua casa em Niquelândia [Foto: Reprodução/Facebook]

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