‘Kombiteca’ da Apae amplia horizontes e terá contação de histórias em escolas de Niquelândia com novo apoio da Anglo American

A atriz, escritora, narradora e contadora de histórias Juçara Batichoti, de Brasília, esteve em Niquelândia na manhã da última terça-feira/21 para ministrar uma oficina de capacitação ao desenvolvimento do “Projeto Kombiteca 2 – Ampliando Horizontes” da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) da cidade do Norte do Estado, presidida atualmente por Merenice Braga de Almeida Castelo Branco.

Em 2022 – quando a entidade ainda estava sob a presidência de Porfira Moreira de Paiva Queiroz, atual diretora da Escola Avani Ferreira Maciel – a Apae foi contemplada com R$ 35 mil ofertados pela Anglo American – através do Programa Embaixadores do Bem – para que uma Kombi 2004, inutilizada por problemas mecânicos – fosse restaurada e transformada numa espécie de biblioteca itinerante.

Nascia aí o “Projeto Leitura em Movimento”, sob acompanhamento direto de dois “embaixadores do bem” da Anglo American/Codemin em Niquelândia, numa ação de voluntariado alinhada com o Plano de Mineração Sustentável da mineradora.

Na época, a ideia do reaproveitamento do veículo surgiu pela ausência de espaço físico para que uma biblioteca fosse instalada na sede da entidade, na Avenida Almirante Tamandaré, região central do município.

Porém, de acordo com a secretária-geral da Apae, Janeide Clayr Nunes de Araújo Braz, a entidade começou a receber inúmeros pedidos para que a “Kombiteca” fosse levada às escolas da rede estadual e municipal de Niquelândia, dada a curiosidade despertada pela instalação de prateleiras e livros infantis num veículo que seria transformado em sucata.

No entanto, lembrou ela, houve o entendimento de que a “Kombiteca” – estática, parada no pátio dos estabelecimentos de ensino, por si só – não seria a melhor solução para estimular o hábito da leitura nas crianças, ainda que o veículo estivesse todo adesivado com imagens lúdicas nesse sentido.

A AMPLIAÇÃO DO PROJETO – Ao Excelência Notícias, Merenice, Porfira e Janeide explicaram que a Apae de Niquelândia decidiu, então, encaminhar novo projeto à Anglo American com o detalhamento da sequência da proposta, conseguindo assim o aval para a liberação de mais R$ 35 mil da mineradora – novamente pelo Programa Embaixadores do Bem – ao “Projeto Kombiteca 2 – Ampliando Horizontes”.

Ou seja, houve nova e rigorosa avaliação de um grupo de trabalho multidisciplinar da Anglo American nas áreas de Recursos Humanos, Relacionamento com Comunidades, Gestão Centralizada de Investimentos Institucionais, Performance Social, Desenvolvimento Sustentável, Jurídico e Compliance, para a autorização do novo aporte financeiro.

Pesou também, em favor da própria Apae, a lisura anteriormente demonstrada pela entidade na prestação de contas de recursos disponibilizados desde 2019 para outros projetos, fazendo inclusive com que a Apae de Niquelândia se tornasse uma espécie de modelo de atuação para outras Apaes em Goiás.

COMO FOI A CAPACITAÇÃO – Dona de um canal com 602.000 seguidores no YouTube – intitulado “Varal de Histórias”, que também possui 41 mil seguidores no Instagram – a atriz Juçara Batichoti ministrou atividades lúdicas e técnicas de expressão corporal para 35 professoras da Apae e das redes municipal e particular de ensino do município, durante quatro horas.

“Além das atividades no YouTube, também temos esse trabalho presencial, que é muito importante, onde as histórias são apresentadas com maior conforto. Culturalmente, eu vejo que as histórias estão conseguindo quebrar fronteiras e atravessar pontes, para chegar onde antes não chegavam”, explicou a atriz.

Sobre o trabalho a ser desenvolvido na nova fase da Kombiteca, Juçara lembrou que a diferença da narrativa oral para a narração escrita é total pois, quando uma pessoa lê um livro, ela se depara com a linguagem expressa pelo autor, com o compromisso e a necessidade de ter o justo entendimento do conteúdo que ele desejou transmitir por sua obra.

Juçara explicou que, na contação de histórias, as educadoras da Apae Niquelândia terão a liberdade de trabalhar com a expressão de suas próprias emoções, o que poderá abrilhantar o texto original do autor, de acordo com o desempenho delas na atividade.

“Elas precisarão, para este trabalho, reconhecer que o melhor recurso serão elas mesmas, com corpo, voz, uma boa memória, além da escolha de histórias que partam do coração, lembrando também que as histórias são objetos de transformação, de cura, tanto para as crianças, como para os adultos”, explicou Juçara Batichoti.

A expectativa de Janeide é que pelo menos cinco das participantes da capacitação se tornem, a exemplo da experiente palestrante, verdadeiras “contadoras de histórias” dos livros infantis disponibilizados pela Kombiteca durante as atividades itinerantes nas escolas de Niquelândia, que devem ter início no próximo ano e serão alvo de futuras reportagens do Portal Excelência Notícias em Niquelândia.