Artigos

Os desafios da Educação em Niquelândia

Wesley Campos

Wesley Campos (Foto: ARQUIVO PESSOAL)

Quando se fala em desafios educacionais, na atualidade, logo se pensa em inclusão digital, trabalhos e aulas diversificadas, professores usando os mais diversos recursos tecnológicos disponíveis no mercado, como por exemplo, lousas digitais, estudantes com tablets, uso de laboratórios de informática, e de ciências, dentre outras.

Enfim, isso se daria por meio de aulas revolucionárias para a implementação de um aprendizado mais concreto, significativo e de melhor qualidade, proporcionando assim melhores índices de aprovações e mais estudantes no nível de proficiência, o que revelaria, sem dúvida alguma, uma melhoria consistente e necessária no nosso Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).

Mas em pleno século XXI –  era das inovações tecnológicas e revolucionarias – podemos afirmar que a Educação em Niquelândia ainda não deu seus primeiros passos nesta perspectiva da modernidade. Na verdade vem “engatinhando” ou até mesmo se arrastando, literalmente.

Falar em desafios na Educação da Rede Municipal de Niquelândia é pensar nas crianças terem ao menos a oportunidade de ir à escola; é pensar na oferta e garantia do acesso e permanência do estudante na escola; é a garantia da oferta do transporte e da alimentação escolar; é oportunizar mínimas condições de trabalho; é o profissional da Educação, em suas diversas áreas, trabalhar e ter a certeza do pagamento dos seus salários ao final do mês.

Além de diversos, os problemas educacionais em Niquelândia são bem complexos. Ainda falta, nas escolas, uma estrutura física compatível para e com atendimento adequado à cada nível de escolarização dos estudantes. Os recursos financeiros disponibilizados estão abaixo do necessário para a garantia do pleno funcionamento da Educação, de uma forma geral.

As estradas estão sem condições adequadas de tráfego, por falta de manutenção periódica. E ainda temos veículos de transporte escolares inadequados para realização do trabalho contratado. No tocante à Alimentação Escolar, além de ser oferecida de má qualidade ou em baixa quantidade, nem são disponibilizadas aos estudantes em determinados momentos.

Há muito tempo, nem mesmo o calendário letivo – com o mínimo das 800 horas/aulas preestabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 9.394/96 – vem sendo cumprido. O coeficiente aluno/professor é bem abaixo do considerado pelo Ministério da Educação/MEC, o que provoca ainda mais o desequilíbrio financeiro no âmbito da Educação pública municipal.

Um dos grandes desafios nesse sentido – se não for o maior –  é a união de esforços de todos os envolvidos: governantes; profissionais da Educação; e comunidade; na busca constante de um novo olhar e com mais responsabilidade para com a Educação Pública Municipal em Niquelândia.

Que isso seja feito com uma perspectiva de, no mínimo, garantir os preceitos básicos legais para se ofertar a tão esperada Educação às nossas crianças. Vislumbrando, assim, um futuro melhor para nossa cidade.

Wesley Campos é professor das redes municipal e estadual em Niquelândia e atual presidente do Conselho Municipal do Fundeb da cidade. É graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual de Goiás (UEG/2005) e pós-graduado em Supervisão Educacional pela Universidade Salgado de Oliveira (Universo/2008)

Veja também

Botão Voltar ao topo