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Os desafios de ser prefeito e vereador em Niquelândia após a pandemia

Paulo Hélder Martins*

As dificuldades que a Prefeitura de Niquelândia enfrenta, creio eu, não são desconhecidas por nenhum daqueles que postulam a chefia do Poder Executivo ou uma das 13 cadeiras do Poder Legislativo, ainda nesta fase de lançamento de pré-candidaturas aos referidos cargos.

Aquilo que já estava complicado – antes da pandemia – deverá tornar-se mais ainda mais complicado, porque quem poderia nos socorrer logo estará também pedindo socorro.

O Governo de Goiás e o Governo Federal estarão à volta com brutais déficits orçamentários, mergulhados na busca de soluções para o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) sob risco de ilegibilidade de todos os atuais gestores públicos.

Diante do exposto, a solução de nossos problemas deverá ser buscada na inovação; na redução dos ‘inchaços orçamentários’ da máquina pública; e o aprimoramento da nossa capacidade de aumentar a receita própria da cidade.

Sem essas três medidas principais, o gestor a ser eleito em outubro próximo é sério candidato a ser mais um fracassado no comando do nosso município.

Os postulantes aos cargos públicos, com mandato eletivo, precisam refletir bem sobre os desafios que os esperam e se preparar para vencê-los.

Do contrário, serão derrotados pelo excesso de demandas e pelas legítimas cobranças da população.

Para tanto, precisaremos recuperar as finanças e a capacidade de investimentos da prefeitura em obras de infraestrutura, dentre outras necessidades.

Muitos dos que postulam o cargo máximo da Prefeitura Municipal de Niquelândia – considerando-se a falta de experiência anterior na atividade política e de gestão pública –   poderiam muito bem postular uma das 13 cadeiras da Câmara Municipal.

Poderiam realizar ali – no exercício da vereança – uma grande obra: o resgate do Poder Legislativo para os reais interesses da população, eliminando dali os vícios tão conhecidos por todos nós. 

A nossa Câmara Municipal ainda tem um grande investimento a fazer: o término das obras de sua sede própria. Isso representará geração de empregos nas obras e economia de recursos, com a redução dos gastos com aluguel da sede atual.

Os que irão disputar a prefeitura e a Câmara Municipal vão precisar revestir-se da armadura da coragem e da capacidade e criatividade para lançar mão de inovações na esfera administrativa de Niquelândia.

Caso isso não ocorra, todos serão sepultados no rol dos fracassados dentro do ‘cemitério político’ que se transformou a Prefeitura e à Câmara Municipal de Niquelândia, nas últimas duas décadas.

Nos eleitores, por nossa vez, temos por obrigação saber julgar as postulações de cada nome, buscando fazer a escolha daquele que apresente um bom Plano de Governo, onde aí se inclui a capacidade realizadora de seu autor.

Que essa escolha se dê não somente pelo fato de esse ou aquele candidato ser o ‘tal do bonzinho’ – aquele que nada ou muito pouco fará – se restringindo a reclamar da situação herdada, com a velha e mentirosa desculpa:

“Eu sabia que estava ruim, só não sabia que era tanto”.

Se hoje você, que é pré-candidato a algum cargo público em Niquelândia, mas não sabe o tamanho do buraco que está entrando, procure saber antes. Quando chegar o dia 1º de janeiro de 2021 poderá ser tarde demais.

*Paulo Hélder Martins é coordenador dos grupos de Gestão Pública do LIDER Norte/Sebrae e do Pacto de Cooperação pelo Desenvolvimento de Niquelândia

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