Niquelândia

“Protesto em São Jorge foi feito por um bando de maconheiros, a serviço do tráfico”, afirma policial civil e vereador durante carreata pela volta do GPT em Niquelândia

Manifesto da população de Niquelândia, na manhã do sábado/29, reivindicou ao governador Ronaldo Caiado/DEM e ao comando da PM em Goiânia a imediata retomada ao serviço de 7 policiais afastados após ocorrência que terminou com 4 mortos em plantação de maconha entre Colinas do Sul e Cavalcante, na semana passada

Moradores de Niquelândia realizaram na manhã deste sábado (29) um protesto seguido de carreata pelas principais ruas e avenidas da cidade do Norte do Estado, pedindo à Secretaria Estadual de Segurança Pública e ao governador Ronaldo Caiado (DEM) que determine a retomada imediata das atividades do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT) da Polícia Militar (PM) do município e de outros três policiais do serviço rotineiro da corporação.

Os sete policiais foram afastados do serviço operacional pelo Comando Geral da PM na capital que determinou, na segunda-feira/24, a abertura de um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a conduta dos policiais niquelandenses que efetuaram 58 disparos na operação que resultou na morte de quatro homens no último dia 20, após descoberta de uma plantação de 600 pés de maconha no Povoado Rio Preto, na divisa entre os municípios de Colinas do Sul e Cavalcante.

Manifestação para que o Grupo de Patrulhamento Tático/GPT retorne às suas atividades percorreu várias ruas em carreata na região central de Niquelândia [Foto: Excelência Notícias]

A medida administrativa da PM foi adotada após o protesto realizado no domingo/23 na Vila de São Jorge, distrito de Alto Paraíso de Goiás, por parentes e amigos dos indivíduos que morreram na intervenção policial, sob a alegação de que a PM de Niquelândia teria praticado execução sumária dos homens.

Na ação, foram apreendidas cinco armas de fogo, que seriam pertencentes aos indivíduos. Eles não tinham antecedentes criminais segundo a Polícia Civil de Cavalcante, que investiga o caso.

O PROTESTO EM NIQUELÂNDIA – Em movimento apartidário, convocado às pressas em grupos de WhatsApp e redes sociais, a população local mostrou-se bastante insegura com a redução do efetivo da PM da cidade, onde moram 47 mil pessoas.

“Ontem (sexta, dia 28), infelizmente, pela falta do GPT, já tivemos uma experiência negativa com o roubo de uma caminhonete no Jardim Atlântico, com duas pessoas armadas. Por isso, esse movimento é muito importante e muito necessário para o nosso município para garantirmos a segurança dos nossos comerciantes e da população em geral”, afirmou o vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Niquelândia (Acin), Luciano Alves de Lima.

Outro empresário presente ao protesto foi Ronaldo Fernandes da Silva, que presidiu a Acin até meados do ano passado. Segundo ele, a maior preocupação é garantir o sossego da população nesse momento, já que existe forte tendência de elevação dos índices de criminalidade em Niquelândia sem o trabalho do GPT.

“Resolvemos agir [com o protesto] antes que a situação fique feia. A população precisa apoiar essas pessoas [os militares afastados de suas funções] que nos deram apoio durante tanto tempo aqui em Niquelândia. Nossas autoridades precisam também se mobilizar para garantir a volta do GPT pois antes, com eles atuando, reinava a paz em nossa cidade.” afirmou o ex-presidente da Acin.

Presidente do Sindicato Rural de Niquelândia, Diego Coelho também marcou presença no protesto pela volta da atuação do GPT no município. Segundo ele, a falta da equipe especializada da PM representa um sério desfalque às necessidades da Segurança Pública, especialmente no combate ao crime na zona rural da cidade.

“Não importa se essa falta é de apenas 24 horas ou de alguns dias. O GPT realmente faz uma falta tremenda. As últimas operações da PM com êxito na área rural tiveram a participação do GPT, na solução dos crimes que afetam nossos produtores associados, que agora estão muito preocupados com esse afastamento. A insegurança na zona rural sempre foi grande e, embora tenha ocorrido importante redução na criminalidade com a chegada do Patrulhamento Rural, o GPT sempre faz a diferença pelo conhecimento adquirido sobre a movimentação das organizações criminosas que praticam furtos e roubos em nossa região”, detalhou o presidente do Sindicato Rural de Niquelândia.

VEREADOR, QUE É POLICIAL CIVIL EM NIQUELÂNDIA, DIZ QUE PROTESTO NA CHAPADA FOI FEITO POR UM ‘BANDO DE MACONHEIROS’

No alto de um carro de som – e para a imprensa falada e escrita, para quem quisesse ouvir – o vereador e agente de investigação da Polícia Civil em Niquelândia, Erlandsson Bonfim de Sena (PSL) disse que “um bando de maconheiros” foi responsável pela organização do protesto em São Jorge que resultou no afastamento dos sete militares do serviço operacional da cidade.

Segundo ele, atualmente cerca de 30 policiais militares atuam em Niquelândia. De acordo com Erlandsson, a retirada de sete policiais da rua representa um ‘impacto gigantesco’ na Segurança Pública da cidade, que é o maior município em extensão territorial do Estado.

“A ação [a morte de quatro indivíduos, pela PM] que está sendo questionada ocorreu em Cavalcante, que é um município fora da nossa jurisdição, tanto da PM quanto da Polícia Civil. Ou seja, me desculpem a expressão, mas a movimentação da população de lá [de São Jorge] – um ‘bando de maconheiros’ a mando de traficantes – para tirar o GPT da rua, prejudicou a população de Niquelândia. Nós não admitimos isso e queremos o GPT de volta”, afirmou o policial civil e vereador.

A manifestação popular foi encerrada por volta das 11 horas, com o pronunciamento dos mais diversos representantes dos segmentos empresariais de Niquelândia, na Praça Silva Júnior.

Os participantes que estavam de carro foram orientados para que se dispersassem sem descer dos veículos, para evitar aglomeração devido a crescente onda de novos casos de Covid-19 em Niquelândia.

O policial civil Erlandsson Sena, que é vereador em Niquelândia, fez duras críticas aos moradores da Chapada dos Veadeiros pelo protesto que motivou afastamento dos militares do GPT na cidade do Norte do Estado [Foto: Excelência Notícias]

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