Opinião

Atitude para mais segurança nas operações da Anglo American em Goiás e no Brasil

Alexandre Souto*

Os desafios para as corporações alcançarem melhores índices de segurança – com priorização efetiva da integridade das pessoas envolvidas nas operações – são complexos e ultrapassam em muito a ideia de incorporar regulamentos, normas e controles, simplesmente, por meio da imposição.

Apostar na disseminação de uma grande quantidade de informações – dentro de processos burocráticos, pouco analíticos e nada interativos – pode frustrar as expectativas de melhorar o desempenho em saúde e segurança das organizações e contribuir para um alto índice de incidentes, o que pode trazer, também, danos financeiros e à reputação.

As empresas precisam avançar – em paralelo aos seus sistemas formais de segurança – para uma transformação cultural em que os profissionais envolvidos possam encontrar sentido em suas ações, tornando-se responsáveis pelo controle dos riscos em suas atividades cotidianas.

Em suma: não basta dizer que tal ato é proibido e que tal ação é obrigatória. É preciso discutir as razões e abrir canais de diálogo e reflexão para a efetiva realização de um trabalho seguro, cabendo às equipes de segurança a atuação consultiva em casos mais complexos.

Esta mudança de mentalidade e de atitude pode parecer simples, mas o empoderamento das equipes em decisões na linha de frente envolve muitos fatores e seu amadurecimento depende de uma longa jornada.

Após um diagnóstico iniciado em 2019 – que visava identificar o estágio de maturidade da cultura de segurança dos seus empreendimentos minerários no Brasil – a Anglo American decidiu criar um plano focado em ativadores (ou motivadores) de comportamento, capacitação aplicada, participação ativa e integração, qualidade dos feedbacks e reconhecimento.

A iniciativa tem como objetivo trazer mais proatividade em um sistema que se consolidava apenas como cumpridor de regras.

Esse trabalho, denominado programa Atitude, está em andamento e inclui ampliação do protagonismo das lideranças, com acompanhamento e avaliações dos processos preventivos no dia a dia operacional;

Fora isso, prevê a formação de mais de 200 agentes de transformação focados em apoiar as mudanças em segurança nos diversos níveis; maior interação com terceiros; e simplificação e humanização dos procedimentos de segurança;

Outra medida importante é a transformação da capacitação por meio de experiência de aprendizagem gamificada e mentorias estratégicas; e reconhecimento de empregados que identificam e propõem soluções para melhoria do sistema, dentre outras iniciativas.

 Ao seguir por esse caminho, a Anglo American já percebe avanços importantes, como aumento das interações de segurança entre líderes e equipes; promoção de ações de reconhecimento individual e de times com base em critérios de avaliação padronizados; aumento na identificação e tratativas das condições de risco; diálogos de segurança mais participativos e direcionados às atividades relevantes do dia; e avanços na melhor organização dos ambientes de trabalho.

A implementação do programa Atitude para a transformação cultural em segurança é fruto de um extenso trabalho, e as mudanças não acontecem rapidamente.

Apesar de longo, o processo gera benefícios continuados, valorizando as pessoas que de fato estão envolvidas na execução das atividades, usando seus conhecimentos e promovendo uma forte interação entre os membros da equipe e lideranças.

Essas relações humanas – construídas e reforçadas diariamente – trazem resultados que extrapolam os objetivos em segurança, refletindo em maior satisfação, produtividade, transferência de conhecimentos e retenção de profissionais.

*Alexandre Souto é diretor de Saúde, Segurança e Riscos da Anglo American no Brasil

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