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Detento que morreu em Niquelândia é enterrado em Rubiataba

Apuração preliminar da Polícia Civil aponta que o preso Dione Francisco Moreira de Lima Silva, de 24 anos, teria sido eletrocutado quando tentava acender um cigarro com fio improvisado com sobras de alumínio da marmitex servida pelo sistema carcerário: gambiarra fatal

O corpo de Dione Francisco Moreira de Lima Silva, de 27 anos – que era reeducando da Unidade Prisional de Niquelândia (UPN) – foi enterrado no final da tarde do sábado (8) em Rubiataba, cidade do Vale do São Patrício onde moram seus familiares.

Ele registrava passagens pela polícia desde 2006 (quando ainda era menor) apreendido pelos crimes de lesão corporal e falta de CNH em Rubiataba. Depois, com a maioridade penal, assinou TCO por perturbação do sossego e foi autuado por roubo a pedestre, na mesma cidade. Em Uruaçu, somente em 2016, respondeu TCO por porte de entorpecentes e foi depois autuado por tráfico de drogas.

Segundo a Polícia Civil da cidade do Norte do Estado onde Dione morreu, diferentemente do que foi veiculado por alguns órgãos de imprensa, o detento não teria sido vítima de homicídio por asfixia mediante esganadura pelos demais ‘colegas’ de cela no interior da UPN por volta as 16 horas do feriado nacional da sexta-feira (7).

De acordo com o Registro de Atendimento Integrado (RAI) elaborado pela PC de Niquelândia,  o preso teria perdido a vida de forma acidental.

Dione teria sido eletrocutado em função de uma ‘gambiarra’ que criou na tentativa de acender um cigarro, já que é proibido fumar nas celas da cadeia. A UPN é subordinada à Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) de Goiás, organismo ligado à Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-GO)

Assim que a notícia do óbito do detento na cadeia localizada no Bairro Santa Efigênia chegou à Delegacia da Polícia Civil de Niquelândia, a equipe de plantão foi até o Hospital Municipal da cidade para onde Dione foi socorrido pelos agentes penitenciários.

Segundo um deles, Dione e outros quatro detentos estava numa cela de isolamento para presos com problemas de comportamento na UPN. Em dado momento, um deles gritou pedindo socorro para Dione, que estaria passando mal.

Ouvidos separadamente pelos investigadores da Polícia Civil de Niquelândia, três dos quatro detentos que estavam na cela relataram que Dione improvisou a confecção de um fio com o alumínio da embalagem da “quentinha” (marmitex) que é servida diariamente aos presos.

Na sequência, um rodo foi usado por Dione para que esse fio improvisado em alumínio fosse conectado a um outro fio, ao lado de uma lâmpada. Porém, sempre de acordo com o RAI, esse ‘fio de marmitex’ – que estava energizado – acabou encostando em uma das grades da cela.

Foi nesse momento que o preso teria levado uma descarga elétrica e entrado em convulsão. Um dos detentos, inclusive, presenciou que a língua de Dione teria enrolado e se contraído para dentro da boca, que a puxou para que o preso não se engasgasse.

Socorrido pelos carcereiros, Dione chegou em óbito no hospital de Niquelândia. Ainda de acordo com a Polícia Civil da cidade, resta aguardar a emissão do laudo cadavérico do exame feito no detento morto pelo Instituto Médico Legal (IML) de Uruaçu para a conclusão do inquérito policial com essa versão inicial ou, eventualmente, outro tipo de situação.

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