Niquelândia

Homem que matou enteado se apresenta à Polícia Civil, mas não revela detalhes do crime contra adolescente

Segundo o delegado Gerson José de Souza, titular do DP de Niquelândia, Cleiton Ataídes de Campos demonstra estar muito abalado pelo fato de ter tirado a vida de Matheus Matias, de 16 anos: garoto foi enforcado na casa onde vivia, no Colina Park, na madrugada do último dia 13

Cleiton Ataídes de Campos – que matou por enforcamento o enteado Matheus Matias de Jesus, de 16 anos, no último dia 13 – apresentou-se espontaneamente na Delegacia da Polícia Civil de Niquelândia na manhã desta segunda-feira (18). Porém, de acordo com o delegado Gerson José de Souza, que o interrogou, o homem está bastante abalado psicologicamente e não revelou detalhes de como empreendeu a ação criminosa para tirar a vida de Matheus.

SURTO – “Na verdade, o Cleiton está em processo de ‘surto’, falando bem pouco e evitando tocar nos pontos mais cruciais da história criminosa dele. Estamos, por isso, ‘dando um tempo’ nesse interrogatório para ganharmos a confiança dele e, dessa forma, tentar elucidar a dinâmica do fato que ocorreu naquela casa, naquele dia”, afirmou o delegado de Niquelândia.

O crime, como se sabe, ocorreu numa residência do Residencial Colina Park onde o adolescente vivia com sua mãe, a comerciante Sonivânia das Neves de Jesus, de 34 anos. Durante cinco anos, ela manteve um relacionamento amoroso com Cleiton, cujo término se deu há cerca de três meses. Apesar da inconformidade com o término do namoro, segundo a Polícia Civil, Cleiton não apresentou nenhum indicativo comportamental que levasse Sonivânia a pensar na possibilidade da tragédia que aconteceu.

“Aparentemente, ele (Cleiton) é uma pessoa supernormal; e as testemunhas que ouvimos até o momento também nos confirmaram isso. Ele próprio confessou que tinha um excelente relacionamento com o Matheus; que o tratava como se fosse seu próprio filho; e que nunca se desentendeu com o menino. Mas, quando nós fazemos perguntas sobre a morte do Matheus, o Cleiton diz que não se lembra. Na verdade, ele ‘trava’ porque não quer falar sobre isso. Ele está tremendo muito, completamente desequilibrado. Inclusive, tivemos de pedir assistência médica ao Hospital Municipal para uma avaliação do quadro de saúde dele”, comentou Gerson.

A expectativa do delegado de Niquelândia é que, ao longo da tarde ou mesmo no início da noite, o padrasto de Matheus revele os motivos reais porque decidiu assassinar o enteado. “Ele apenas diz que não se lembra. A única coisa que ele disse lembrar foi ter trancado a porta do quarto do Matheus”, afirmou o delegado.

De acordo com a autoridade policial, Cleiton admitiu que, na madrugada da última quarta-feira, dirigiu-se à casa da ex-companheira e que ficou à espera de Sonivânia por “muito tempo”.

No relato à autoridade policial, o homem disse que apenas Matheus estava na casa. Cleiton, segundo o delegado, tinha a chave da casa de Sonivânia pelo fato de ter morado no imóvel com a mãe do garoto assassinado.

A priori, conforme divulgado inicialmente pela PC na semana passada, o garoto teria sido morto enquanto dormia. Depois disso, ele teria partido para o ataque contra Sonivânia, usando uma ferramenta de jardinagem.

“Essa situação dele não querer revelar detalhes do crime é absolutamente normal. A psicologia explica bem isso, pelo fato de que a pessoa comete um ato tão estúpido e quer negar, para ela própria, a existência desse ato. Aos poucos, com paciência e com a técnica que o caso requer, conseguiremos fazê-lo lembrar para esclarecer a comunidade do que realmente houve naquela casa, naquele dia”, afirmou o delegado de Niquelândia.

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