CULTURA – 1º Festival Literário do Norte Goiano em Porangatu valoriza escritores e estimula novos leitores na região por iniciativa da ACALNORTE
Evento realizado entre a manhã e a noite de sábado/23 na sede da UEG do município contou com palestras, oficina de redação, sarau literário, apresentação artística e lançamento coletivo de livros: entidade que homenageia Colemar Natal e Silva foi fundada em Niquelândia em agosto do ano passado
A Academia de Letras, Artes e Ofícios da Mesorregião Norte do Estado de Goiás (Acalnorte) Colemar Natal e Silva realizou, no último sábado/23, a 1ª edição do Festival Literário do Norte Goiano nas dependências da Unidade Universitária (UnU) da Universidade Estadual de Goiás (UEG) em Porangatu.
A extensa programação teve início às 9 horas na cidade do Norte do Estado e contou com oficina de redação; sarau literário; e lançamento coletivo de livros cujos escritores tiveram oportunidade para trocar experiências e detalhar os bastidores que antecederam as respectivas publicações.
Doutor em Educação pela Universidade de Brasília (UnB), o professor Cláudio Nascimento fez a interlocução do público presente à abertura do evento com o presidente do Instituto Cultural e Educacional Bernardo Élis para os Povos do Cerrado (Icebe), Nilson Gomes Jaime.Ex-professor da UFG, escritor e pesquisador, Nilson Jaime proferiu a palestra magna de abertura do evento sobre a “Universalidade da Literatura de Bernardo Élis”.
Na oportunidade, ele apontou os reflexos sociais da obra do autor com ampla abordagem sobre sua trajetória. Bernardo Élis foi o único escritor goiano que ocupou uma cadeira na seletíssima e renomada Academia Brasileira de Letras (ABL), sediada no Rio de Janeiro.
O presidente do Icebe também detalhou o “Projeto Goiás + 300” – Reflexão e Ressignificação”, lançado em 2022 pelo Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG).
Ao todo, serão seis trilogias que terão um total de 18 volumes publicados até o final de 2026.
Desse total, duas trilogias já foram publicadas. A primeira é composta pelos livros “História”, “Geografia” e “Memória e Patrimônio”, que integram o BOX 1 do projeto.
Na sequência, foram disponibilizados os livros “Cronistas e Viajantes”, “Literatura” e “Povos Originários”, que compõem o BOX 2 da obra.O IHGG é atualmente presidido pelo promotor Jales Guedes Coelho Mendonça, que também possui destacada atuação como escritor, historiador e ativista cultural.
O representante do Ministério Público de Goiás (MP-GO) já teve obras publicadas sobre histórias de Goiás e do próprio órgão de Justiça em que atua.
Após a composição da mesa e a execução do Hino Nacional Brasileiro, o presidente da Acalnorte, Euclides Alves de Oliveira Souza, o popular Euclides Goianinho, detalhou a constituição da entidade, ocorrida em agosto do ano passado em Niquelândia.Ele explicou que o homenageado com a denominação da Acalnorte – o advogado e professor Colemar Natal e Silva (nascido em 1907 na antiga São José do Tocantins – atual Niquelândia) foi um dos principais fundadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), tendo sido reitor da instituição entre 1961 e 1964. Colemar morreu em Goiânia aos 88 anos, em 1996.
Na oportunidade, a prefeita reeleita de Porangatu e atual presidente da Associação dos Municípios do Norte (Amunorte), Vanuza Valadares (UB), enfatizou o apoio de sua gestão para o resgate do patrimônio histórico e arquitetônico da cidade.A chefe do Executivo porangatuense destacou, também, a nova dinâmica que vem sendo realizada pela Secretaria Municipal de Cultura como o retorno da Mostra Nacional de Teatro (TeNpo), bem como a inclusão da encenação da “Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo” no calendário oficial de eventos do Estado de Goiás.
Ex-deputado estadual e presidente da Fundação Serra Azul, Carlos Rosemberg discorreu sobre a importância do festival literário no contexto cultural como estímulo à produção cultural e ao turismo na região.
Ele citou, como exemplo, a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que acontece desde 2003 na histórica cidade do interior do RJ.
“A feira do livro de Paraty impulsiona a economia da cidade durante sua realização e movimenta a classe intelectual brasileira e internacional”, completou Rosemberg.
Ausente por força de outros compromissos, a diretora da Unu Porangatu, Lucimar Marques da Costa Garção, esteve representada pela professora Maria José Alves de Araújo Borges, ex-gestora da unidade.
Coordenadora do curso de Letras da UEG local, Maria José avaliou positivamente a realização do festival literário e colocou a instituição como parceira às próximas edições.
“Essa iniciativa fortalece a cultura regional e abre oportunidades para novos autores a publicar suas produções literárias”, disse Maria José.
Subordinada à Secretaria Estadual de Educação, a Coordenação Regional de Ensino (CRE) de Porangatu esteve representada pelo professor Ângelo Marcos de Souza, atual líder da CRE.
Ex-secretário de Educação de Porangatu, onde também já foi vereador, Ângelo abordou os pioneiros viajantes ao citar o austríaco Johann Emanuel Phol (1782-1824), patrono da cadeira do educador na Acalnorte, que deixou importante legado para a história brasileira.
OFICINA DE REDAÇÃO – Graduado em Dupla Licenciatura Plena em Letras (Português/Inglês) pela UEG de Porangatu, o professor Vitor Hugo Ideis Arruda atendeu convite da Acalnorte e ministrou uma oficina de redação para 30 pesssoas.Vitor Hugo, que é professor efetivo da rede estadual nas duas disciplinas, ofertou seu amplo conhecimento para qualificar os participantes à melhoria da produção textual e a comunicação escrita, objetivando eventual participação em concursos públicos.
LANÇAMENTO DE LIVROS E SARAU LITERÁRIO – A programação noturna do festival literário contou com uma marcante apresentação do cantor porangatuense Júnior Góes. O músico exibiu um variado repertório incluindo os grandes clássicos da MPB.E, para marcar a semana em que o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra foi feriado nacional pela primeira vez – na quarta-feira/20 – a professora Iramaia Souza dos Santos contemplou o público com o monólogo “A Menina Que Nasceu Sem Cor”, da escritora Midria Pereira da Silva.
AVALIAÇÃO DO 1º FESTIVAL LITERÁRIO DO NORTE GOIANO – O professor Cláudio Nascimento, idealizador e coordenador do projeto, avaliou que a Acalnorte acertou em realizar o Festival Literário do Norte Goiano não só para promover maior interação entre os autores, mas para construir uma nova geração de leitores.
“Para nós, da Acalnorte, o evento deixa uma marca importante que é a interação entre os produtores literários que estavam dispersos. Conseguimos mapear alguns escritores que irão produzir novos livros em 2025 e já se mostram ansiosos para lançá-los em nosso próximo festival literário”, afirmou o escritor e presidente da entidade cultural, Euclides Goianinho. Ele também segue à frente da Academia Porangatuense de Artes e Letras (Apale). [Com informações da Academia de Letras, Artes e Ofícios da Mesorregião Norte do Estado de Goiás/Acalnorte sob adaptações editoriais do Portal Excelência Notícias/Niquelândia]