Governo de Goiás endurece Bolsa Uniforme dos colégios militares após duas prisões por fraudes em 63 cartões com o benefício
Os presos são um comerciante e uma mulher: ela, que seria a aliciadora, convencia os alunos a participarem do esquema em que a loja ficava com 20% a 25% do valor do cartão, de R$ 970: estudantes recebiam R$ 670 via PIX
O Governo de Goiás anunciou que vai adotar maior rigor na fiscalização do uso do cartão Bolsa Uniforme, por parte de estudantes dos colégios militares e lojistas cadastrados.
A medida vem na sequência da prisão de dois suspeitos de envolvimento na fraude de 63 benefícios, a partir do desconto dos valores de forma indevida.
“Vamos intensificar ainda mais as inspeções dos uniformes adquiridos com estes cartões. Estamos atentos”, afirmou a comandante de Ensino da Polícia Militar, Quéren Hapuque de Leles.
Os presos são um comerciante e uma mulher, que seria a aliciadora. Ela atuava para convencer os alunos a participarem do esquema, por meio do qual a loja ficava com 20% a 25% do valor do cartão, de R$ 970.
O homem ficava com cerca de R$ 250 de cada transação, enquanto que a suspeita era beneficiada com R$ 50.
O estudante, por outro lado, ficava com R$ 670, que eram transferidos via PIX. A dupla provocou um prejuízo que pode chegar a R$ 200 mil.
O próprio Comando de Ensino identificou que alguns estudantes não trajavam uniformes novos ou faltavam às aulas por não estarem uniformizados, detalhou o comandante-geral da Polícia Militar, Marcelo Granja.
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“Nós não podemos deixar, em hipótese nenhuma, que uma fraude com 63 cartões, até o presente momento, possa macular a imagem de todos dos colégios militares e, principalmente, do governo do Estado de Goiás. Os autuados vão responder por associação criminosa, peculato e corrupção de menores”, declarou Granja.
Segundo o oficial, não há qualquer participação por parte de servidores públicos. O programa vai continuar normalmente, mas os alunos envolvidos deverão ser transferidos para outra escola pública da rede estadual, sem direito à nova matrícula em colégios militares.
As informações foram repassadas para a Polícia Civil que continuará as investigações, inclusive com apuração de possível envolvimento de pais.
O diretor-presidente interino da Agência de Fomento de Goiás (GoiásFomento), Lucas Fernandes, afirmou que também vai intensificar o controle no processo para credenciar os lojistas.
“Nós trabalhamos com rigor. Estamos preparando um novo edital de credenciamento que será ainda mais criterioso”, ressaltou.
Bolsa Uniforme – O benefício é concedido por meio do Goiás Social, que mantém uma rede de fornecedores devidamente cadastrados, fator que possibilitou a rápida identificação das irregularidades e dos autores.
A aquisição dos itens é feita em lojas credenciadas e mediante uso de senha. Cerca de 75 mil alunos são atendidos com o programa, que destina R$ 970 para compra do uniforme. [Informações da Assessoria de Imprensa da PMGO, em Goiânia]