Niquelândia

Embrapa Cerrados vai aprimorar cultivo de mangaba no Santuário do Muquém

Anúncio foi feito pelo padre Aldemir Franzin no domingo (11) durante a 8ª Festa da Mangaba: evento levou 20 mil pessoas à igreja em devoção de Nossa Senhora da Abadia: caravanas Pilar de Goiás, Água Fria de Goiás, Uruaçu e Goianésia marcaram presença

Parceria encaminhada pelo Santuário de Nossa Senhora da Abadia do Muquém, em Niquelândia, com a Embrapa Cerrados (Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados/CPAC) vai aprimorar as técnicas de cultivo da mangaba nos dois mil pés do fruto existentes na área da Diocese de Uruaçu.

A expectativa de aprimoramento da produção do fruto in-natura – com impacto direto à melhor qualidade do mesmo –  foi divulgada no início da tarde do domingo (11) pelo padre Aldemir Franzin, reitor do Santuário, quando o religioso mensurou sua satisfação com os resultados obtidos com 8ª Festa da Mangaba ao Portal Excelência Notícias. 

Padre Aldemir Franzin, reitor do Santuário do Muquém, diante da imagem de Nossa Senhora da Abadia no altar: próximo evento será o Arremate dos Santos Reis, no dia 6 de janeiro [Foto: Euclides Oliveira]
Árvore rústica que pode chegar a dez metros de altura, a mangaba é bastante comum no litoral do Nordeste e também existe em abundância no Cerrado Goiano.

Naquele dia, desde às 9 horas da manhã, cerca de 20 mil pessoas estiveram no festejo no Salão Paroquial da igreja, onde houve a venda de deliciosos doces (cristalizados/em compota/geleia/mousse/pudim) e bebidas (suco/licor) obtidos com o fruto da mangabeira.

Parte dos valores arrecadados com a venda desses produtos serão doados pela administração do santuário às necessidades do Abrigo dos Idosos São Vicente de Paulo no Jardim Águas Claras, em Niquelândia.

Réplica da imagem de Nossa Senhora da Abadia sendo conduzida ao altar no Santuário do Muquém: igreja lotada, mesmo fora do período da romaria, na Festa da Mangaba [Foto: Euclides Oliveira]
Romeiros de Nossa Senhora da Abadia – cerca de 400 mil pessoas que tradicionalmente visitam o povoado entre os dias 5 e 15 de agosto – chegaram ao Santuário do Muquém de várias cidades (como Pilar de Goiás, Água Fria de Goiás; Uruaçu e Goianésia) para assistirem a Missa Solene, celebrada às 11 horas pelo padre e reitor do Santuário, Aldemir Franzin.

No local, com capacidade para 22 mil pessoas sentadas, praticamente não havia assentos disponíveis para quem acompanhou a celebração, para se ter uma ideia do sucesso da festa.

De acordo com o padre, além das questões religiosas e dos planos cada vez mais ambiciosos de que o Muquém receba público em diferentes datas do ano (com o Calendário de Eventos que já foi criado), a Festa da Mangaba também têm seu foco na preservação do Cerrado na região.

Trabalhos ambientais, nesse sentido, para evitar o desmatamento e as queimadas são aprimorados ano a ano, em parcerias do Santuário com o Corpo de Bombeiros; com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente; com o Ibama; e também com Organizações Não-Governamentais (ONGs) voltadas às questões ambientais.

Cerca de 20 mil fiéis assistiram a missa-solene no Muquém, na manhã do domingo (11), em Niquelândia: crescimento da Festa da Mangaba, que chegou à sua 8ª edição neste ano, é bastante visível [Foto: Euclides Oliveira]
Ao longo dos anos – através das festas alusivas à mangaba, destacou o padre – o trabalho de conscientização das pessoas; dos fazendeiros; dos alunos, professores e dirigentes das escolas; bem como dos parceiros do Santuário do Muquém; e moradores dos próprio povoado e arredores – foi bastante aprimorado.

Para Aldemir, a festa que começou de uma maneira muito simples em Niquelândia está ganhando significativo impulso a cada ano, dada a divulgação feita em todo o Estado.

Segundo Aldemir, a mangaba se tornou um fruto especial nesse contexto não apenas por seus atributos culinários e medicinais, mas também pelo fato da cadeia alimentar que sustenta uma família de pelo menos 20 variedades de insetos e passarinhos.

Ainda no domingo, além da celebração religiosa, houve também a Cavalgada da Mangaba (pela manhã, do trevo de Colinas do Sul, no entroncamento da GO-237 com a GO-132, em trajeto de 15 quilômetros até o Muquém, em duas horas); e o concurso que escolheu a Rainha da Mangaba. O prefeito de Niquelândia, Fernando Carneiro (PSD)  – acompanhado da esposa e primeira-dama Juliana Alves Campos – prestigiou a Festa da Mangaba

Padre Aldemir, na entrevista ao jornalista Euclides Oliveira/Portal Excelência Notícias, destacou que o apoio da Embrapa Cerrados será muito importante à melhoria do cultivo da mangaba na Fazenda Muquém [Foto: Colaboração/Elaine Alves]
O QUE DISSE PADRE ALDEMIR – Vocês mesmo (do Portal Excelência Notícias) estão percebendo que a festa está numa curva ascendente, irradiando essa motivação bonita de vir aqui ao Muquém para rezar durante esse festejo cultural; comprar os produtos feitos com a mangaba; e encontrar parentes e amigos. Esse evento está se tornando uma pequena romaria dentro dos nossos espaços aqui no Muquém, de interação com outros romeiros. São laços fortes de solidariedade; de cultura; e de saberes, que agrega a tradição da chegada dos cavaleiros; e também dos ciclistas (através do Pedal da Mangaba), fazendo que esse evento cresça, de forma muito bonita”, comentou o padre.

Segundo Aldemir, o próximo evento programado para o Muquém será o “Arremate da Folia de Santos Reis”, no dia 6 de janeiro de 2019. A data simboliza a viagem dos Três Reis Magos até Belém e marca, oficialmente, o encerramento dos festejos religiosos de Natal e de Ano Novo para a Igreja Católica.

A primeira-dama Juliana Campos e o prefeito Fernando Carneiro também visitaram a 8ª Festa da Mangaba, no domingo no Muquém [Foto: Elaine Alves]
Produtos derivados da mangaba tiveram gosto amargo: política de preços precisa ser revista

 NOTA DA REDAÇÃO

A 8ª Festa da Mangaba marcou minha terceira participação num evento como esse, tanto como jornalista como admirador do suco elaborado a partir do fruto do Cerrado, nas inúmeras vezes que o próprio padre Aldemir Franzin e o (agora ex) padre Edilson José dos Santos serviam deliciosas jarras do produto à imprensa que cobria o encerramento da romaria, todo dia 15 de agosto.

A Festa da Mangaba é, sem sombra de dúvidas, de extrema importância à divulgação do Santuário do Muquém, fora dos períodos de romaria. Reunir 20 mil pessoas fora desses 10 dias de agosto como ocorreu no domingo – é um fato notório do crescimento do evento.

Porém, a direção do Santuário precisa rever a política de preços para os produtos derivados da mangaba, comercializados no evento: R$ 4,00 para um copo de 200 ml (desses descartáveis, de festa de criança) pareceu-me um pouco exagerado (acabei tomando apenas um, porque havia levado só R$ 30 no bolso). Também comprei uma mousse de mangaba por R$ 4,00. Gostei bastante.

Desse modo, como incentivar o consumo de um fruto tão delicioso, caso da mangaba, se a Igreja Católica exagera na margem de lucro? Sem contar que a mangaba existe na área do próprio Santuário do Muquém.

Ou seja, não é um produto que precisa ser comprado do Ceasa para ser revendido (em forma de suco/doces) que justifique tamanha margem de lucro, mesmo com a nobre causa de doação de parte dos recursos ao Abrigo dos Idosos. Isso nem entra em questão, porque a entidade precisa.

Penso que, a exemplo do que aconteceu comigo, muitas pessoas que vieram de ônibus de outras cidades também não viajaram com muito dinheiro no bolso para a Festa da Mangaba, esperando que os valores dos produtos fossem simbólicos: o almoço – muito gostoso e caseiro, servido em pratos de isopor com talheres de plástico – era vendido a R$ 18,00.

Ainda pedi um refrigerante em lata (por R$ 4,00) e a conta deu R$ 22, meu último recurso. Voltei do Muquém para Niquelândia sem um tostão no bolso, sequer para comprar uma garrafa de água mineral.

A manutenção da Fé em Nossa Senhora da Abadia (a estrutura do Santuário, etc) possui custos altos, ninguém duvida. Só não vale superfaturar os preços dos produtos derivados da mangaba tendo a fervorosa devoção alheia como justificativa.

Católico Apostólico Romano – batizado em 1986, aos 10 anos – Euclides Oliveira é jornalista, editor-chefe e proprietário do Portal Excelência Notícias, em Niquelândia

Mangaba é um delicioso fruto do Cerrado: no Muquém, em Niquelândia, existem 2 mil pés [Foto: Reprodução/Internet]

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