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Lacen testa negativo para Covid-19 três rapazes que deram positivo por teste rápido semana passada

Apesar dos testes PCR não acusarem a doença, diretor-clínico do Hospital Municipal Santa Efigênia adverte que dois dos três rapazes haviam apresentado sintomas do novo coronavírus há mais de 30 dias, o que motivou a detecção prévia nos exames laboratoriais de rastreio

Em nota oficial divulgada na noite da sexta-feira (29), a Secretaria Municipal de Saúde de Niquelândia informou que o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) de Goiás atestou, como negativos, os exames de Covid-19 nos três trabalhadores que haviam sido diagnosticados como positivos para a doença através de testes rápidos.

Os testes do Lacen, que é vinculado à Secretaria Estadual de Saúde, são os únicos oficialmente reconhecidos pelo Ministério da Saúde à contagem estatística do avanço da doença no Estado.

Na segunda-feira (25), como se sabe, a pasta comandada pela secretária Cida Gomes tornou pública a informação de que um grupo de nove trabalhadores – que prestavam serviço numa empresa da região – foram submetidos a exames laboratoriais (“testes rápidos”) para o novo coronavírus, após cumprirem 14 dias de isolamento obrigatório previsto no Plano de Contingência Municipal.

“A testagem por PCR dos três pacientes [liberados na sexta-feira] mostraram que não há potencial de contaminação, uma vez que o PCR obtido foi negativo. Todos os demais funcionários e familiares que tiveram qualquer tipo de exposição [à eventual contaminação pelo novo coronavírus] também realizaram teste rápido, cujos resultados foram não-reagentes para Covid-19”, afirmou a secretária de Saúde de Niquelândia, na nota.

ALERTA – Apesar do Lacen ter atestado como negativos os três casos sob suspeição, o médico e diretor-clínico do Hospital Municipal Santa Efigênia, Gledson Maia, demonstrou cautela ao comentar os resultados divulgados no final de semana.

Do ponto de vista técnico, segundo Gledson, já era esperado que os exames PCR de dois dos três rapazes examinados dessem negativo para Covid-19 porque a manifestação dos primeiros sintomas da doença havia ocorrido há mais de 30 dias, indicando assim a ocorrência de uma ‘cicatriz sorológica’ do quadro inicial.

“A probabilidade de que esses exames PCR dessem negativo era muito grande, porque o PCR só é ativo quando existe poder de contágio, com a visualização direta do vírus [nas amostras dos pacientes testados]. Uma vez que esse PCR está negativo – embora tenha uma sorologia positiva [no teste rápido, para o rastreio inicial] – a negativação do PCR nos mostra que esses pacientes não podem mais contaminar outras pessoas”, comentou o médico.

Ainda de acordo com o diretor-clínico do Hospital Santa Efigênia, a decisão de divulgar os casos positivos diagnosticados em testes rápidos – em dado a parte, nos boletins epidemiológicos diários a partir da última semana – é uma forma de mostrar para a população que o novo coronavírus possui potencial para disseminar-se em Niquelândia.

“Neste momento, nossa decisão é pecar pelo excesso [de cuidados] e não pela falta [de prevenção]. Por isso, orientamos sobre a necessidade de que a população continue com os cuidados de distanciamento social, evitando aglomerações, utilizando máscaras em locais públicos, e também fazer a higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool em gel”, afirmou Gledson Maia.

Com 45 mil habitantes, Niquelândia segue com apenas três casos diagnosticados de Covid-19. Oficialmente, no entanto, o município possui apenas dois [de uma mulher de 66 anos, já curada; e de outra mulher, de 42] cujo apontamento se deu em providências tomadas pela Secretaria Municipal de Saúde

O terceiro caso [de um homem de 35 anos, que rompeu a quarentena no interior do Pará] foi contabilizado nas estatísticas do município de Parauapebas/PA.

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