Pão de queijo, café e Fernando Carneiro: os escolhidos de Vilmar Rocha para a eleição de 3 de junho

Como tradicionalmente faz em suas visitas à casa de seus familiares em Niquelândia – cidade onde nasceu – Vilmar Rocha (PSD) recebeu a reportagem do Portal Excelência Notícias na manhã do sábado (19) para uma entrevista exclusiva permeada com um farto e saboroso café com bolo caseiro e pães de queijo, preparados por suas atenciosas irmãs Jaciara e Luciula Rocha.

Mas, uma vez superado o jejum do entrevistado e do entrevistador, o ex-secretário estadual de Cidades e Meio Ambiente e presidente estadual do PSD discorreu sobre assuntos da política niquelandense, de Goiás; e do Brasil, intercalando contundência e prudência em suas declarações.

No plano local, o assunto da vez foi a eleição suplementar para prefeito de Niquelândia marcada para o próximo dia 3 de junho, em que o médico Fernando Carneiro (PSD) – um novato na disputa por cargos eletivos – arregimentou apoio do próprio Vilmar em reunião ocorrida em Brasília dias antes da convenção do último 10 de maio, confirmando seu nome na cabeça-de-chapa com apoio do PT; do MDB; e do PTB (que emplacou o jovem vereador em segundo mandato, Saullo Adorno, como candidato a vice-prefeito).

Um dia antes – na tarde da sexta-feira (18) – Vilmar reuniu-se com o médico e com o vereador em segundo mandato na presença de demais lideranças políticas de Niquelândia caso dos presidentes locais do PSD, Valdemi Ferreira da Silva; do PTB, Fernando Cavalcante de Melo; do ex-vice-prefeito José Antonio da Caixa e do ex-candidato a prefeito em 2016, o advogado José Aurélio Silva Rocha, ambos do PTB, dentre outros nomes não menos importantes na cidade.

Zé Aurélio, que era o candidato natural do grupo político, desistiu da disputa em função de tratamento de saúde que está se submetendo. Segundo Vilmar, a sequencia de indefinições sobre a realização ou não das novas eleições – em função da demora para a efetiva cassação do registro de candidatura do então prefeito Valdeto Ferreira (PSB), eleito em 2016 – causou muito sofrimento aos munícipes. “Parecia o fundo do poço em Niquelândia, o que angustiou muita gente que gosta da cidade” comentou.

De acordo com o presidente estadual do PSD, a eventual vitória do candidato a prefeito Fernando Carneiro na eleição marcada para daqui a duas semanas pode – e deve – abrir caminho para um trabalho de recuperação ética, política, moral e administrativa da Prefeitura de Niquelândia. Segundo Vilmar, o candidato do PSD a prefeitura não possui nenhum comprometimento partidário mais profundo que limite o bom desempenho de sua eventual gestão, além de ser bastante querido e estimado pelo povo por seu perfil marcado pela simplicidade e humildade.

“A gestão municipal está doente. E agora, cabe aos eleitores da cidade – e também às lideranças locais – analisar qual será a melhor alternativa entre os nomes que estão colocados à disputa. O povo precisa decidir isso. Eu posso estar certo ou errado – mas falo com convicção – que a melhor alternativa é o doutor Fernando e o Saullo Adorno. Vejo que ele (doutor Fernando) tem um bom perfil político para ser prefeito de Niquelândia, aliada à experiência do Saullo como vereador; e a vinculação profunda da família do Saullo com a cidade, o que lhe fez um vereador muito bem votado em sua reeleição (em 2016). É uma chapa boa, politicamente falando. Agora, com relação à gestão propriamente dita, isso nós saberemos depois (da eventual vitória em 3 de junho). Mas eles, se eleitos, terão que provar que serão bons gestores. Mas não poderão ser reféns de grupos ou de interesses que estejam acima dos interesses da população. Nem eles, nem os outros candidatos.  A cidade quer, nesse momento, políticos sintonizados com os problemas de Niquelândia”, afirmou o presidente estadual do PSD.

Vilmar revela conversas com Daniel Vilela e Ronaldo Caiado para viabilizar nova candidatura ao Senado

No plano político estadual – a exemplo da entrevista que concedeu em Anápolis ao Portal Excelência Notícias, no início de março – Vilmar reafirmou que segue sem espaço político na base aliada ao ex-governador e pré-candidato ao Senado, Marconi Perillo (PSDB), depois que decidiu não apoiar a candidatura do então vice-governador e atual governador José Eliton Júnior (PSDB) à reeleição em outubro.

Vilmar entendeu que a proposta de renovação – iniciada em 1998 quando Marconi derrotou Iris Rezende para o governo – já está politicamente esgotada e dentro do mesmo círculo vicioso que o Tempo Novo combateu 20 anos atrás. “Está na hora de um novo projeto para o Estado, com novas pessoas”, afirmou.

Em recentes agendas com diversos segmentos de Goianésia e de Caldas Novas, Vilmar reafirmou que segue como pré-candidato ao Senado (em 2014, obteve pouco mais de 1 milhão de votos) mas tudo indica que sua postulação não se dará pelo chamado Tempo Novo, onde a segunda vaga ao Senado deverá ficar para a tentativa de reeleição da senadora Lúcia Vânia (PSB).

Depois de vários anos sem conversar com o senador Ronaldo Caiado (DEM) – para quem perdeu a única vaga em disputa para o Senado em 2014, além de não se reeleger deputado federal em 2006 (quando Caiado ficou com a única cadeira do DEM goiano no Congresso Nacional – Vilmar Rocha confirmou a retomada de relações politicamente amistosas com Caiado, em recentes reuniões entre ambos.

Segundo Vilmar, Caiado teria lhe afirmado que o único compromisso solidificado do DEM para o Senado é com a reeleição de Wilder Morais, que deixou a base de Marconi ao migrar do PP para o DEM no ano passado. O radialista e vereador em Goiânia, Jorge Kajuru (PRP), também pleiteia uma vaga ao Senado. Se for pelo DEM, Vilmar estaria fora. Mas, se Kajuru debandar para a base de partidos onde MDB tem um pré-candidato ao governo de Goiás – o deputado federal Daniel Vilela – o prognóstico poderá ser aparentemente favorável para o presidente estadual do PSD.

“Tomei uma decisão de conversar com todas as forças políticas do Estado. Tenho falado bastante com o Daniel Vilela e com o pai dele, o ex-governador e ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela. Recentemente, restabeleci meu diálogo político com o senador Ronaldo Caiado. Estamos conversando e temos outras conversas já agendadas, mas nada ainda para firmar compromissos ou definições, como foco em avaliações da política nacional e estadual. Até porque não posso pensar apenas em mim, mas, como presidente do partido, preciso pensar também nos prefeitos (do PSD) que dependem do Governo do Estado em seus municípios; e dos candidatos a deputado estadual/federal que, em muitos casos, a situação mais confortável também é ficar na base aliada. Estudadas todas essas situações e alternativas é que o PSD irá tomar sua decisão”, detalhou Vilmar Rocha.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA – No plano nacional, Vilmar se reuniria essa semana com o pré-candidato a presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, em São Paulo; e no Rio de Janeiro, com o ex-prefeito da capital fluminense, César Maia (DEM). Maia é pai do deputado federal e presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também pré-candidato a sucessão de Michel Temer (MDB). Compondo desde 2017 um grupo nacional de apoio à candidatura de Alckmin, Vilmar acredita que Rodrigo Maia abra mão de sua pré-candidatura para apoiar a postulação do ex-governador de São Paulo em outubro. (Euclides Oliveira)