Homem assassinado no Portal do Lago era sobrevivente de duas tentativas de homicídio em Niquelândia
Perfil de Paulo Botelho Salgado, segundo a Polícia Civil, aponta que individuo morto a tiros na noite de ontem teria sido alvo de uma possível vingança, por seu envolvimento com outros crimes no passado
Paulo Botelho Salgado – de 49 anos, conhecido como Paulinho – foi assassinado com vários tiros por volta das 20h30 da quarta-feira/10, em Niquelândia.
Trata-se do segundo crime violento na cidade do Norte do Estado, em apenas 48 horas. [vide informações sobre o primeiro caso, na segunda metade desta reportagem]
Segundo a Polícia Militar (PM), este novo homicídio ocorreu no Portal do Lago, bairro localizado entre a segunda e a terceira etapa do Jardim Atlântico.
O relato da ocorrência aponta que, mediante denúncia anônima, os militares foram acionados pelo 190 à Rua Simão Bueno, onde havia várias pessoas próximas do lote onde Paulinho foi morto.
Um homem de 38 anos, arrolado como testemunha da execução, estava no local no momento da execução; e disse ter visto dois homens saindo do lote, deixando Paulinho caído no chão.
A dupla de criminosos teria fugido em direção do Conjunto Setha, no lado oposto da terceira etapa.
A testemunha não conseguiu dar pistas sobre quem seriam os autores do crime.
A Polícia Técnico-Científica de Uruaçu, bem como o Instituto Médico Legal (IML) da cidade, fizeram os trabalhos de praxe no local.
O QUE DISSE A POLÍCIA CIVIL – De acordo com o delegado-titular do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) da Polícia Civil, Cássio Arantes do Nascimento, as investigações preliminares sobre o caso apontam que o crime teria sido motivado por vingança.
“A vítima, no passado, teria supostamente sido autor de um homicídio a pedradas em Niquelândia. De lá para cá, ele sobreviveu a uma tentativa de homicídio com golpes de faca, segundo informações que levantamos no local do crime. No ano de 2018, foi alvejado com disparos de arma de fogo; e também sobreviveu. Ele (Paulinho) era dado ao intenso consumo de bebidas alcóolicas, se tornando um tanto quanto agressivo”, comentou a autoridade policial.
Segundo o delegado, nos registros de ocorrências da PC de Niquelândia, apurou-se que Paulinho havia cometido anteriormente pequenos delitos como vias de fato e lesão corporal.
Portanto, de acordo com Cássio Arantes, não se pode descartar uma possível vingança pelo crime cometido a pedradas; ou mesmo pelas desavenças em que se envolveu quando estava embriagado.
Rapaz morto na noite de segunda-feira já havia sido investigado por tráfico de drogas em Niquelândia
Por volta das 20 horas da segunda-feira/8, o jovem Edson Caetano da Silva, de apenas 19 anos, foi assassinado também com vários tiros no Bairro Maracanã, bem próximo da região central de Niquelândia.
A mãe do rapaz esteve no local e o reconheceu à distância. Segundo a mulher de Edson, que acionou a PM, o rapaz estava no portão de sua casa, na Rua Uruaçu, quando um homem encapuzado o chamou para fora do imóvel.
De imediato, contou a mulher, ouviu-se vários disparos: Edson tentou fugir, saindo correndo em direção à ponte localizada perto de sua casa.
O criminoso continuou atirando, de tal forma que o rapaz caiu morto próximo ao leito do córrego que passa naquele local. O autor do homicídio conseguiu fugir, para local incerto e não sabido.
“Ele (Edson) já tinha sido investigado anteriormente pelo Genarc [Grupo Especial de Repressão a Narcóticos, da Polícia Civil] por um suposto envolvimento com o tráfico de drogas, quando houve cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa dele. Esse indivíduo tinha alguns antecedentes criminais, mas não é possível ainda afirmarmos que a morte dele tenha, necessariamente, relação com a comercialização de entorpecentes em Niquelândia. Há, ainda, uma segunda situação em que ele [Edson] havia se envolvido numa discussão com um indivíduo, dois dias antes dele ser assassinado. Porém, devemos deixar bem claro que nem todo crime ocasionado em razão do tráfico tenha relação com a disputa dos pontos de venda de droga aqui no município”, detalhou o delegado Cássio Arantes.
