“A Agroníquel é uma feira de negócios e não uma festa de rodeio ou show sertanejo”, afirma presidente do Sindicato Rural de Niquelândia em balanço sobre o evento
Edimar da Costa Cintra aponta que 2ª Feira Moderna do Agronegócio, realizada na última semana, cumpriu seus objetivos em aproximar produtores rurais da cidade das novas tecnologias voltadas ao agronegócio através da presença de inúmeros expositores do setor no Parque Agropecuário da cidade

O presidente do Sindicato Rural de Niquelândia, Edimar da Costa Cintra, avaliou que a 2ª Agroníquel/Feira Moderna do Agronegócio cumpriu plenamente os objetivos a que se propôs, consolidando-se como um espaço essencial de negócios, visibilidade e valorização do agronegócio local.
Ao longo de três dias de evento, na última semana, produtores rurais, empresas e instituições financeiras tiveram oportunidade de dialogar, apresentar produtos e construir novas parcerias entre a manhã da quinta-feira/26 e a tarde do sábado/28 no Parque Agropecuário Wilson da Silva Rocha Vidal.

Segundo Edimar, a feira não se limitou às vendas realizadas durante o encontro, pois grande parte dos negócios deve se concretizar nas semanas e meses seguintes.

“Além de mostrar a empresa para o nosso agronegócio, os expositores fizeram bons negócios aqui. E é importante dizer que 70% a 80% das negociações vão se concluir depois, em outro ambiente. Essa é a dinâmica de uma feira como a Agroníquel”, explicou ele.
O dirigente ressaltou também o apoio decisivo recebido da diretoria do Sindicato, da comissão organizadora da feira, da imprensa local, do Sistema Faeg Senar, da Emater Goiás e da Prefeitura Municipal de Niquelândia, cujo apoio político e logístico foi classificado como essencial para a realização da feira.

“Tudo aquilo que pleiteamos junto ao prefeito Eduardo Moreira, ele nos propiciou. Foi muito gratificante ver todo mundo abraçar o evento”, afirmou.

No entanto, Niquelândia, mesmo fora do eixo da BR-153, vem se destacando como uma potência em crescimento. Edimar lembrou que o município ocupa hoje o quinto lugar no ranking estadual de produção agropecuária, com forte desempenho nas lavouras de soja, milho, sorgo e na pecuária bovina.

“Temos terras que ainda nem foram desmatadas, mas que podem ser aproveitadas com responsabilidade ambiental. O nosso potencial é muito grande. Às vezes as pessoas olham para o Sudoeste Goiano como exemplo, e realmente estamos aquém. Mas a nossa proposta é que, em oito a dez anos, Niquelândia esteja competindo 100% com aquela região”, projetou.

Outro fator que favorece essa expansão é o preço ainda competitivo das propriedades rurais da região. Enquanto nas regiões de Jataí e Rio Verde – já consolidadas como polo agrícola — os valores de terra são elevados, em Niquelândia os preços giram em torno de 30% do praticado naqueles municípios, o que atrai investidores e abre oportunidades para novos empreendimentos.
“Isso ainda ocorre (a disparidade entre os valores) porque o Sudoeste já está integrado com rodovias, espaços para armazenagem e indústrias esmagadoras de grãos. Aqui, passo a passo, essa infraestrutura está chegando”, comparou.

“A Agroníquel não é uma festa focada em rodeio nem em show sertanejo. O foco dela é empresarial, voltada para comercialização. O público que compareceu veio para fazer negócio, para se inteirar das novas tecnologias, da ciência que anda de mãos dadas com a produção. E esse público esteve presente. Foi um êxito de negócios”, garantiu o presidente do Sindicato Rural de Niquelândia.

Mesmo com o saldo positivo, o presidente reconheceu que os produtores enfrentavam desafios importantes naquele momento, principalmente em razão dos juros elevados nas linhas de crédito rural, que já superam 20% ao ano, em função da taxa Selic elevada para 15% recentemente pelo Banco Central.
“Para resgatar depois uma dívida dessa não é fácil. Produzir num cenário assim não é fácil. Mas nós estamos conseguindo porque a história mostra que o produtor rural é resiliente. Já superamos muitas fases difíceis e essa não será diferente. A história mostra que sabemos resistir e nos reinventar”, disse Edimar Cintra.

O dirigente comentou sobre o futuro da feira e o vínculo pessoal que tem com o evento, revelando o quanto a Agroníquel representa para ele. Apesar de seu mandato se encerrar no final do ano, Edimar Cintra demonstrou confiança na continuidade do trabalho e na capacidade das pessoas que irão sucedê-lo para manter e fortalecer o evento em Niquelândia.
“Tenho certeza de que quando eu me afastar, a feira ficará em boas mãos, com pessoas competentes que vão amparar e direcionar para que ela fique maior e melhor a cada ano. Perguntar-me sobre a Agroníquel é algo muito sentimental para mim. Sou pai de dois filhos homens, mas a Agroníquel é a filha que eu não tive. Quero que ela cresça, fique bonita, estude. Aquilo que um pai deseja para uma filha é o que eu desejo para a Agroníquel”, afirmou ele.

