Vítima de feminicídio em Niquelândia tinha pedido revogação de medida protetiva contra ex-companheiro que a matou
Eduardo Paulo da Silva - de 21 anos, que está foragido – é o principal suspeito do brutal assassinato cometido contra Daiana Virtuoso, de 35 anos: crime ocorreu nesta segunda-feira/25 no começo da Rua da Saudade, no acesso à Vila Mutirão

Uma mulher de aproximadamente 35 anos foi brutalmente assassinada dentro de sua residência em Niquelândia, possivelmente no começo da tarde da segunda-feira/25, nas proximidades da região central da cidade. O principal suspeito é o ex-companheiro da vítima, um homem de 21 anos, que está foragido.
O crime, que apresenta características de feminicídio, está sendo investigado pelo Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) da Polícia Civil da cidade do Norte do Estado.
De acordo com o delegado Cássio Arantes do Nascimento, a última pessoa a ver Daiana Virtuoso com vida foi a própria filha, que esteve no local ontem no horário do almoço, notando a presença do principal suspeito do crime, Eduardo Paulo da Silva.
Horas depois, a adolescente – na companhia de um outro familiar, não especificado pela autoridade policial – encontrou o corpo da mãe e acionou a Polícia Militar (PM) por volta das 18h30.

O crime ocorreu na casa da vítima, no estreito trecho inicial da Avenida da Saudade, antes da ponte de concreto que faz divisa entre o Setor Central e os bairros da região da Vila Mutirão.
Daiana estava seminua, despida da cintura para baixo, em meio a uma grande quantidade de sangue, com uma grave lesão na cabeça causada por um objeto que ainda não foi identificado pela polícia.
“Como o crime foi dentro da casa, então é improvável que tenha sido uma pedra. Normalmente, nesses casos, o agressor se desfaz do objeto no local. Pode ter sido um pedaço de pau, ferro, tijolo, mas descartamos quase completamente a hipótese de pedra. Hoje, a equipe vai retornar ao local para tentar encontrar algo. Nos fundos da residência, há um córrego e uma área de mato. Vamos verificar se há algum vestígio desse objeto”, explicou o delegado do GIH.
HISTÓRICO DE VIOLÊNCIA – Segundo o delegado, Daiana já havia registrado um boletim de ocorrência contra o principal suspeito do crime, por agressão no início de 2024, o que resultou na abertura de um inquérito policial.

INVESTIGAÇÃO EM ANDAMENTO – Equipes da PC e da PM realizaram diligências para tentar localizar o suspeito, mas até o momento Eduardo segue foragido.
A perícia do Instituto Médico Legal (IML) de Uruaçu esteve em Niquelândia e coletou evidências que podem ajudar na elucidação do crime.
Informações extraoficiais, que circularam nas redes sociais, dão conta de que o rosto de Daiana ficou desfigurado e irreconhecível após o feminicídio. Por conta disso, o velório seria realizado em caixão lacrado.

A Polícia Civil também investiga a possibilidade de que a vítima tenha sofrido outros tipos de violência antes de ser morta, incluindo violência sexual. Exames realizados no corpo irão atestar ou descartar essa hipótese.
É importante ressaltar que mesmo que tenha ocorrido relação sexual antes do crime, não significa necessariamente que ela (Daiana) tenha sido forçada. Pode ter sido um ato consentido pela vítima. O laudo cadavérico do IML nos dirá isso”, explicou Cássio.
O inquérito policial foi instaurado e novas testemunhas serão ouvidas nos próximos dias. Caso ele não se apresente de maneira espontânea, a Polícia Civil deve solicitar à Justiça a prisão preventiva do assassino.
Denúncias que possam levar à localização de Eduardo podem ser feitas anonimamente pelo telefone 197 da Polícia Civil ou pelo 190 da Polícia Militar.
