Congada de Santa Efigênia é ponto alto de programação cultural e religiosa
Santa Efigênia é uma das poucas santas negras da Igreja Católica, a exemplo de São Benedito.
Tradição passada de pai para filho, de avós para netos e que sobrevive a centenas de anos em Niquelândia. A Congada de Santa Efigênia é resultado da Cultura afro-brasileira e que foi iniciada por escravos que viviam na região.
A programação dos onze dias de festividade religiosa e cultural contou com missas e novenas realizadas diariamente na segunda quinzena de julho. Os congos participaram no penúltimo dia da celebração eucarística, vestidos com os trajes africanos e, após a missa, como fazem tradicionalmente, dançaram, cantaram e louvaram Santa Efigênia.
Também foi realizada procissão com as imagens de Santa Efigênia e Nossa Senhora do Carmo. No último dia de programação foi ministrada a Santa Missa em louvor a Santa Ana e São Joaquim.
Padroeira do município, Santa Efigênia, era uma princesa negra na Etiópia, na África. Em uma nação adorava vários deuses ela se converteu ao Cristianismo e propagou o catolicismo. Em virtude disso, sofreu perseguição. Ela decidiu abrir mão da vida abastarda que tinha e se juntou aos pobres, intercedendo por eles. Efigênia foi escravizada e morta em uma fogueira.
Para os devotos ela é advogada contra incêndios e protetora da moradia. Através da Congada, dança dramática que remete à coroação de reis africanos, ela é homenageada pelas graças alcançadas.
Além da Congada de Santa Efigênia, outras três comunidades da região deram origem ao Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros: Sussa da comunidade Kalunga, Caçada da rainha de Colinas do Sul e Catira de São João D´Aliança.
Em março deste ano, o grupo do Congo de Niquelândia foi um dos primeiros a compor a rede do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros e é o terceiro a ter uma exposição fotográfica na Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge (CCCJ).
A igreja
A igreja de Santa Efigênia é considerada um dos principais monumentos históricos de Niquelândia. Ela começou a ser construída pelos escravos em 1.790 e possui arquitetura colonial. Atualmente, seu altar está entre os centros religiosos mais ricos do País.