Niquelândia

Polícia Civil investiga conduta de presos que incitaram tentativa de motim por falta de água na cadeia de Niquelândia

Clima na UPN ficou tenso na noite da segunda-feira/7 após três detentos ameaçarem e desacatarem agentes prisionais por desabastecimento de água nas celas após furto de cabos de energia da Saneago

A conduta de três detentos que cumprem pena na Unidade Prisional de Niquelândia (UPN) será apurada pela Delegacia da Polícia Civil do Norte do Estado, após policiais penais terem sido desacatados e ameaçados pela falta de água nas celas da cadeia por volta das 19h30 da última segunda-feira/7.

Como se sabe, cabos de energia da Estação de Captação de água da Saneago no Rio Traíras foram furtados por desconhecidos na noite do domingo/6, o que provocou um grande desabastecimento do produto em toda a cidade.

De acordo com o relato da Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP) ao delegado Cássio Arantes do Nascimento, os presos revoltaram-se com a informação de que, naquele momento, a Saneago não oferecia prazo à normalização do abastecimento [o que ocorreu somente na terça-feira/8].

Por volta das 19h30, três presos de uma determinada cela [apresentando comportamento supostamente fora do normal, pelo provável uso de medicamentos, segundo a DGAP] lideraram uma tentativa de início de “subversão à ordem de disciplina em todas as celas”.

Tal expressão de caráter técnico, no ambiente carcerário, significa dizer que houve uma tentativa de motim na cadeia de Niquelândia: os três detentos começaram a gritar e bater nas grades da cela em que estavam, em tom de ameaça contra os policiais penais, por conta da falta de água na UPN.

Após tentarem o diálogo com os presos alterados, um dos agentes da cadeia chegou a efetuar um disparo de espingarda calibre 12 [com munição menos que letal, de acordo com a DGAP] dentro do recinto prisional, para tentar conter a subversão comportamental dos reeducandos.

No entanto, a medida não surtiu efeito e a tensão no interior da UPN aumentou uma vez que a Polícia Penal começou a ser fortemente desacatados pelos três presos que, aos gritos de “que iriam virar a cadeia, botar fogo”, incitavam a adesão dos demais encarcerados à tentativa de motin em Niquelândia.

Por volta das 22h30, o Corpo de Bombeiros encheu parcialmente as caixas de água da cadeia, como tentativa de tranquilizar o ambiente. Mesmo assim, segundo a DGAP, a ordem não foi restabelecida.

Dado o descontrole dos detentos que desejavam provocar um distúrbio de grandes proporções na UPN,  foi necessário que o Grupo de Intervenção Tática (GIT) da Polícia Penal de Goiás entrasse na cela para retirar os detentos e leva-los para o isolamento.

Na cela de triagem, conforme relato da DGAP à PC em Niquelândia, os presos continuaram praticando todo tipo de infrações disciplinares [ameaça, desobediência, desacato, dentre outras] contra os servidores da UPN e também do GIT, durante toda a madrugada da terça-feira/8, oportunidade em que contavam histórias fantasiosas e sem nexo com a realidade.

Um dos detentos, inclusive, chegou a ameaçar o agente prisional que era o chefe do plantão da UPN naquele dia, dizendo que possuía uma arma de fogo fora da cadeia; que faziam parte de uma facção criminosa; e que a situação “não iria ficar assim”, dando a entender que o servidor da DGAP poderia sofrer algum tipo de violência física quando não estivesse trabalhando.

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