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Saúde localiza em Niquelândia homem de 35 anos com Covid-19 que violou quarentena no Pará

Indivíduo, que não teve o nome revelado, nasceu na cidade do Norte do Estado mas estava trabalhando em Parauapebas: além dele, Cida Gomes atestou o retorno indevido da esposa, duas filhas do casal e a sogra do indivíduo

Na tarde desta quinta-feira (7), a secretária de Saúde de Niquelândia, Cida Gomes, confirmou a informação de que um homem de 35 anos – natural da própria cidade – regressou de Parauapebas/PA para o município do Norte do Estado sem cumprir a quarentena mínima obrigatória de 14 dias após receber diagnóstico positivo para Covid-19.

Em entrevista à Rádio Mantiqueira 92,3 FM, para o repórter Odair José, a titular da pasta detalhou que o indivíduo era empregado da Vale (nome adotado pela empresa após a privatização da Companhia Vale do Rio Doce) que explora jazidas de minério de ferro no Sudeste do Pará.

TROUXE A FAMÍLIA TODA – “Além dele, vieram a esposa, duas filhas do casal; e a sogra. Ele foi para a casa dos pais dele, onde se encontra a mãe e o pai dele; e um senhor com necessidades especiais, que é cuidado por eles. Felizmente, nenhum desses parentes dele relatou a manifestação de algum sintoma da infecção pelo coronavírus, tanto os familiares daqui como os que vieram com ele de lá”, afirmou Cida Gomes.

Distante 700 quilômetros de Belém, a capital paraense, a cidade de Parauapebas registrou grande crescimento populacional nos últimos anos, dads a procura de brasileiros de todas as partes do Brasil para trabalhar na área de mineração.

Com população estimada em pouco mais de 210 mil habitantes, o cenário do coronavírus naquela localidade não é nada favorável: até nesta quinta-feira (7), a Prefeitura de Parauapebas confirmou 26 óbitos por Covid-19, de um total de 266 casos positivos até o presente momento.

Segundo a secretária, uma denúncia feita a ela e também para a Polícia Militar (PM) foi fundamental para que o niquelandense que contraiu a doença fosse localizado rapidamente, afim de que a Saúde tomasse as providências necessárias à não-disseminação do novo coronavírus em Niquelândia.

Cida Gomes diz que todos os indicativos do caso apontam que o individuo realmente ‘fugiu’ da quarentena no Pará – oito dias após ser diagnosticado com o novo coronavírus – pois a Vale não liberaria nenhum de seus colaboradores para viajar os 1.275 quilômetros que separam Parauapebas de Niquelândia.

Considerando também esse detalhe, a secretária de Saúde da cidade do Norte acredita que o homem pode ter facilitado a contaminação pelo novo coronavírus em lanchonetes, postos de gasolina, restaurantes e outros locais que passou no longo trajeto, desde o Pará e passando pela BR-153 em toda a extensão do Tocantins até chegar nos limites de Goiás e, depois, no município onde nasceu.

ATITUDE IRRESPONSÁVEL – “Ele (o indivíduo infectado) confirmou que ele estava sendo monitorado; e que uma médica da Vale havia o colocado na quarentena. Porém, para nós, ele alegou que sua sogra era do grupo de risco para a doença e que, diante dessa preocupação dela passar mal e dar positivo para Covid – bem como pelo fato do atendimento médico lá [em Parauapebas  estar muito precário, decidiram vir para Niquelândia pois estariam mais próximos da família, caso acontecesse alguma coisa. Porém, o que ele trouxe, na verdade, com essa atitude irresponsável, foi um problema para essa família”, detalhou a secretária de Saúde.

Ainda de acordo com Cida Gomes, a obrigação da municipalidade foi cumprida no sentido de orientar todos os membros da família para que atentem para o aparecimento de eventuais sintomas da doença (como febre baixa constante; perda do olfato/paladar; e falta de ar); e que evitem sair de casa pelos próximos 14 dias, afim de evitar que esse caso importado se multiplique na forma de transmissão comunitária entre os próprios moradores de Niquelândia.

“Pelo fato deles (os demais parentes) não estarem doentes, nós não temos autonomia para obriga-los a permanecer em quarentena. Porém, se eles desobedecerem nossa recomendação de permanecer recolhidos em casa, nós poderemos acionar sim a Polícia Militar e até mesmo requisitar apoio do Ministério Público, nesse sentido. Todos estão cientes do que eles fizeram, ao retornar de Parauapebas aqui para Niquelândia”, disse a secretária de Saúde.

Dada a situação relativamente tranquila de Niquelândia frente ao novo coronavírus – a cidade tem apenas um caso confirmado, de uma moradora da cidade que regressou de Manaus – a orientação de Cida Gomes é para que os moradores do município não entrem em pânico; continuem usando as máscaras de proteção (que são obrigatórias em todo o Estado); evitem aglomerações (algo praticamente impossível, na porta da Caixa Econômica Federal); e intensifiquem as normas de higienização das mãos e de outros objetos com álcool em gel ou álcool 70%.

E AS FAKENEWS? – “Além dessas recomendações, as pessoas também precisam ter muito cuidado com o que divulgam e comentam nas redes sociais e nos grupos de WhatsApp. É muito ruim expor a imagem de alguém (com suspeita ou caso confirmado de Covid-19) até pelo fato que isso pode render um processo na Justiça para quem faz isso. Para nossa sorte, localizamos essa família, pegamos todos os contatos deles, que agora estão sob monitoramento do doutor Gledson (Maia, diretor-clínico do Hospital Santa Efigênia). Por outro lado, agradeço muito a população por estar nos ajudando (com as denúncias de possível contaminação pelo vírus) pois, se não fosse assim, nós não estaríamos sabendo de nada nesse momento”, detalhou a secretária de Saúde de Niquelândia. (Com informações da Rádio Mantiqueira 92,3 FM)

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